O hakama atualmente utilizado nas artes marciais é uma calça larga e comprida que possui sete dobras principais que correspondem às sete virtudes do budoka. O hakama do Aikido deve ser feito de material resistente uma vez se treina também de joelhos (suwari e hanmi handachi waza) no tatame e é comprido o suficiente para tocar suavemente os pés. Embora em algumas artes se utilize cores como branco e cinza, no Aikido o mais comum são os pretos e os azuis escuros.



Há vários relatos de antigos alunos do O-Sensei mostrando que ele estimulava (e exigia) todos os seus estudantes a usar o hakama desde o momento em que entravam no dojo e que, no período pós-guerra, quando se tornou muito caro obtê-lo, é que somente os yudanshas passaram a utilizá-lo. Os alunos podiam fabricar seus hakamas com qualquer tecido que conseguissem - imagino como deveria ser alegre um dojo naquela época - ou pegar emprestado com um parente mais velho. Foi exatamente nesse período que o Aikido começou a ser difundido pelo mundo e até hoje cada lugar tem condutas diferentes a respeito de quem usa essa vestimenta. Essa variação é menos uma questão do estilo do praticante do que da cultura vigente do local. Dentro de um mesmo estilo pode haver organizações com diferentes regras a respeito.

Em uma rápida pesquisa no fórum de discussão do Aikiweb pode-se ler praticantes de todo o mundo relatando várias maneiras de se aplicar o uso do hakama nos dojos. A regra geral é que todos os yudanshas o utilizem mas em algumas escolas do estilo Tomiki, por exemplo, também para eles o uso é dispensado. Em alguns locais, o uso é permitido apenas a alunos a partir de determinada graduação (3o. ou 1o. kyu) . Em outros, o uso é exigido a todos desde a primeira aula ou quando realizam o primeiro exame
. Também pode haver regras diferentes mulheres que, em alguns casos, vestem hakama desde a realização da primeira promoção de kyu enquanto que os homens somente na de shodan. Aqui no Brasil, podemos encontrar organizações com todas estes diferentes variações de uso e também a respeito da utilização ou não de faixas coloridas de indicação da graduação de kyu (assunto para outro post).

Em grandes seminários, que contam com a participação de praticantes de diferentes escolas e países, é muito curioso observar esta diversidade uma vez que normalmente cada um segue sua própria etiqueta a esse respeito. Para evitar desentendimentos, sempre que visito um outro dojo ou país, procuro me informar sobre as regras locais e, se for o caso, pergunto ao sensei como devo me vestir para o treino. Agindo assim, penso que demonstro respeito além de ser um bom exercício de tolerância com o diferente.

Comments (1)

On 4 de setembro de 2011 às 19:41 , Anônimo disse...

Boa noite, gostaria de saber qual o tipo de tecido que vc recomenda para o hakama. òtimo blog
FAbricio